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arrow_back Aula 15 - Dispositivos de Proteção e Aterramento

Tipos de Aterramento

Existem diversas formas de se configurar um sistema de aterramento. O condutor neutro sempre deve ser aterrado na entrada da instalação do consumidor. Dependendo da aplicação, um tipo de aterramento pode ser mais adequado do que outros. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), através da norma NBR 5410, padroniza as especificações dos possíveis tipos de aterramento. Antes de apresentar os mais utilizados, vamos detalhar a nomenclatura estabelecida pela ABNT para sistemas de aterramento. O aterramento é executado com o emprego de:

  • Condutor de proteção: liga as massas e condutores que não fazem parte da instalação entre si e/ou a um terminal de aterramento principal. É denotado pelas letras PE (Proteção Elétrica). Quando o condutor combina as funções de proteção e neutro, é designado pelas letras PEN.
  • Eletrodo de aterramento: condutor ou conjunto de condutores em contato direto com a terra, ligados ao terminal de aterramento. Quando constituído por uma barra metálica rígida, é denominado haste de aterramento. Quando constituído por um conjunto de condutores interligados, é denominado malha de aterramento.

Os principais sistemas de aterramento são descritos a seguir, conforme ilustrados na Figura 7.

Sistema TN-S

Nesse sistema, o neutro (N) é aterrado na entrada e o condutor de proteção (PE), também ligado ao eletrodo de aterramento, é usado como fio terra, sendo ligado diretamente à massa do equipamento.

Sistema TN-C

Nesse sistema, o neutro e o fio terra são combinados em um único condutor (PEN), sendo aterrado logo na entrada. No equipamento, é ligado ao terminal de neutro da tomada e à massa. Pelo fato de combinar neutro e terra em um mesmo condutor, esse sistema não é muito aconselhável.

 Principais sistemas de aterramento.

Sistema TT

Nesse sistema de aterramento, o neutro é aterrado na entrada da alimentação e é conectado de forma independente ao terminal de neutro da tomada do equipamento. Por sua vez, a massa é aterrada através de uma haste independente da haste do neutro. Por usar aterramentos separados para neutro e massa, esse sistema é mais eficiente que os anteriores.

Sistema IT

Nesse sistema, a alimentação é aterrada por meio de uma impedância. As massas são aterradas sem passar por ela, de preferência com uma haste de aterramento independente para cada uma delas. A impedância tem a função de limitar a corrente de curto-circuito, evitando que aconteçam sobretensões severas no equipamento.

Dentre os sistemas descritos, em instalações residenciais deve-se preferir, sempre que possível, o sistema TT. Caso este não seja possível por razões de operação ou por razões estruturais, dar preferência à instalação do sistema TN-S. Optar pelo sistema TN-C somente se for de fato impossível implantar qualquer um desses dois sistemas. O sistema de aterramento IT é utilizado em instalações especiais, por exemplo, instalações industriais ou hospitalares, em que sobretensões excessivas nos equipamentos não são toleradas e em que se deve minimizar a interrupção de funcionamento dos equipamentos.

Vamos dar uma trégua e retornar com a complementação sobre aterramento na próxima aula, na qual o associaremos com os problemas que podem advir de descargas atmosféricas, trovões e, usando uma expressão popular, “raios que os partam”. Como piada, usa-se dizer que: “Em dia de tempestades e trovoadas, o local mais seguro é perto da sogra, pois não há raio que a parta”.

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