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arrow_back Aula 15 - Dispositivos de Proteção e Aterramento

Algumas Perguntas

Você talvez já tenha ouvido falar no ditado popular: “Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar”. Será que isso é verdade? Onde cai um raio? Talvez você também já tenha ouvido a recomendação de, durante uma tempestade elétrica, nunca procurar abrigo embaixo de uma árvore. Há algum fundamento nisso? A resposta para essas perguntas passa pelo conhecimento do fenômeno conhecido como poder das pontas.

O poder das pontas se caracteriza pela capacidade dos corpos eletrizados se descarregarem pelas pontas. Isso acontece porque, em um corpo eletrizado, as cargas em excesso se distribuem pela sua superfície externa, concentrando-se nas regiões mais pontiagudas, ou seja, nas regiões de menor raio de curvatura.

Assim, geralmente quando um raio cai, ele se dirige para o ponto do terreno em que se situam objetos pontiagudos, como árvores, pontas de guarda-chuvas, postes e outros, em que as cargas estão mais concentradas, e ao redor dos quais o ar se encontra ionizado, tornando mais fácil o fluxo da descarga do raio.

O raio sempre procura o caminho mais fácil. Desse modo, durante uma tempestade, realmente não é bom procurar abrigo sob uma árvore, pois, se ela é o objeto mais “pontudo” nas redondezas, é provável que o raio caia sobre ela. De acordo com esse raciocínio, construções elevadas, tais como arranha-céus, oferecem mais probabilidade de atrair raios do que prédios vizinhos de menor altura e geralmente são atingidos não por um, mas por vários raios ao longo do tempo. De fato, há relatos sobre altos edifícios que foram atingidos por dezenas de raios em um único dia de tempestade. Se não acredita em mim, assista, por exemplo, ao vídeo contido no endereço a seguir.

<http://www.youtube.com/watch?v=EyZIXSeD0xk>. Acesso em: 4 set. 2014.

A Figura 9 mostra a ação de raios sobre estruturas artificiais. Na figura, fica evidente o poder de atração de raios que têm essas estruturas que se impõem como as mais altas na paisagem ao seu redor.

Imagens de raios atingindo: a) o Cristo Redentor; b) a Torre Eiffel; c) o Empire State Building.

A energia envolvida na descarga de um raio é gigantesca. Além de tetos pontudos de prédios e torres de igrejas, postes e linhas de energia elétrica são alvos frequentes dos raios. Portanto, quando a energia de um raio é descarregada em frações de segundos sobre um prédio, ao passar pela sua instalação elétrica ou sua rede telefônica (constituídas por condutores elétricos), elas são submetidas a enormes sobretensões e correntes muito além dos níveis normais para os quais as instalações foram projetadas. Dessa forma, geralmente, danifica seriamente não só a própria instalação, como também os equipamentos a ela conectados, assim como colocando em risco a vida de pessoas que estejam em contato com esses.

É provável que você já tenha ouvido falar para não pegar no telefone em dia de tempestade. Se ouviu, foi muito bem aconselhado. Periodicamente, a imprensa divulga acidentes em que pessoas foram atingidas por descargas fatais enquanto falavam ao telefone em dia de tempestade com raios. Logo, para minimizar os prejuízos materiais e os riscos para os seres humanos causados pelos raios, um equipamento especial para proteção elétrica deve ser utilizado: o para-raios.

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